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O Blog Verde

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Nome comum: Papa-Ratos
Nome científico: Ardeola ralloides
Nome em inglês: Squacco Heron
Pertencente à família Ardeidae (família das garças), o Papa-ratos é uma garça de tamanho médio, com plumagem branca no abdómen e asas, e pardacenta no dorso, o qual na época de reprodução, adquire uma coloração castanho-alaranjada. Habita em zonas inundadas de água doce, pouco profundas e com vegetação densa onde forma, geralmente, uma minoria em colónias mistas de garças. Procura alimento em pântanos de água doce permanentes, arrozais e zonas adjacentes de sistemas de irrigação. Zonas ricas em peixe e anfíbios, são essenciais para conservação da população nidificante. Nidifica geralmente perto de água em densas áreas de árvores e arbustos, ou caso estes não existam em caniçais. Descansa em árvores, com outras espécies da família Ardeidae. Algumas das árvores onde foram construídos ninhos podem ser utilizadas como dormitório fora da época de nidificação.
Procura alimento ao anoitecer e ocasionalmente durante o dia, sozinho ou em pequenos grupos. Alimenta-se sobretudo de larvas de insectos, anfíbios e pequenos peixes. Também insectos, aranhas, crustáceos, moluscos e excepcionalmente pequenas aves. Nidifica em colónias mistas com outras espécies de garças. Os requisitos fundamentais para a nidificação são a segurança, a ausência de perturbação, a protecção contra o mau tempo e a disponibilidade de materiais para a construção dos ninhos. O ninho é construído entre 2 a 20 m acima do solo ou da água, em árvores (Salix) ou outros arbustos e juncais. Casal monogâmica de duração sazonal, participando ambos os progenitores na criação e alimentação dos juvenis. As crias são nidícolas.
A sua distribuição estende-se desde o sul da Europa, Sudoeste Asiático até à região do Mar Aral, assim como na zona tropical de África e no Norte de África. A maioria das espécies de Papa-Ratos do Paleártico Ocidental migra para a zona tropical do Norte de África, e em menor proporção para Marrocos, Mediterrâneo, Iraque, Irão e Golfo Pérsico. A sua área de distribuição potencial em Portugal, situa-se a sul do Tejo.
Para além do seu interesse científico e importância como parte do nosso património biológico, o Papa-ratos, assim como o resto dos Ardeídeos, pertencendo ao topo da cadeia alimentar, pode funcionar como indicador biológico das biocenoses aquáticas permitindo definir critérios de avaliação relevantes no âmbito da conservação de zonas húmidas.
Uma das maiores ameaças à espécie foi o comércio de penas que ocorreu durante o séc. XIX e princípio do séc. XX, que afectou principalmente as populações da Europa e Ásia. Posteriormente, como consequência da industrialização e aumento da densidade populacional humana, surgiu outra séria ameaça - a fragmentação e destruição do habitat. A estrita associação que estabelecem com zonas húmidas torna-as susceptíveis a fortes pressões humanas de vária ordem: poluição, actividades do sector primário (agricultura, pastoreio, pesca) e actividades recreativas (motas de água, esqui aquático, caça), não estando as colónias aí existentes protegidas devido à fácil acessibilidade destes habitats.
Nos últimos anos, e de acordo com contagens realizadas em Espanha, França e Itália, onde existem as colónias mais significativas na Europa Ocidental, as populações desta garça têm vindo a aumentar devido à criação de reservas, implementação de medidas de protecção e redução de predadores. Outro factor que permitiu este crescimento foi a sua adaptação a habitats transformados, como é o caso dos arrozais, utilizados como zonas de alimentação e que suprimem em parte a ausência de áreas naturais inundadas. Contudo, têm surgido problemas devido a mudanças nas práticas agrícolas que conduzem à redução e contaminação das populações-presa, como sejam a introdução de métodos de irrigação mais eficientes e a utilização de pesticidas. De facto, o uso massivo de compostos químicos afecta toda a cadeia alimentar provocando um efeito tóxico cumulativo nos predadores do topo.
As alterações climatéricas que têm ocorrido nas últimas décadas agravam situações de seca, provocando o desaparecimento de zonas húmidas pondo em perigo todas as espécies que delas dependem, como é o caso do Papa-ratos que prefere áreas de climas quentes, onde este problema tem sido mais acentuado.

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