Serra da malcata

Nas encostas mais quentes, o azinhal coabita com o manto viscoso das estevas. As linhas de água são decoradas por galerias de amieiros, freixos e salgueiros. Aqui e além escondem-se aveleiras e cerejeiras-bravas, carquejas, folhados, castanheiros e sobreiros. Arborizações recentes e uniformes, assentam em pinheiro e eucalipto. A cota mais elevada situa-se no Alto da Machoca, com 1.078 metros
Terra de matagal mediterrânico, a Malcata é, também, terra de lince, o mamífero mais ameaçado no nosso território. Espécie em perigo de extinção segundo os Livros Vermelhos de Portugal, Espanha e da UICN; espécie estritamente protegida pela Convenção de Berna; espécie de interesse comunitário que requer a designação de zonas especiais de conservação exigindo uma protecção rigorosa de acordo com a Directiva Habitats da União Europeia; espécie cujo comércio está sujeito a estrita regulamentação pela Convenção Cites... Quiçá, bem escondido por entre a folhagem, o lince furta-se ao olhar fazendo-nos, inclusive, duvidar da sua própria presença.
Entretanto, esforços ingentes estão a ser feitos de modo a garantir a sua salvaguarda.
É uma zona rica em diversos habitats naturais como:
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Florestas e matas (floresta com espécies de folha caduca;
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floresta com espécies de folha persistente),
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Matos (matos esclerófilos),
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Zonas húmidas (águas paradas doces);
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cursos de água; vegetação ribeirinha),
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Áreas rochosas (falésias/fragas rochosas),
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Zonas artificiais (terra arada; campos e pomares perenes; plantações florestais)

Fauna (ver mais aqui):
Esta zona tem uma importante fauna onde se destaca o Lince Ibérico já acima referido entre outros mamíferos como o gato selvagem
O sítio tem importância para aves de rapina nidificantes, sendo um dos dois sítios conhecidos onde já se verificou a nidificação de Abutre-preto. E onde habitam um significativo número de aves em perigo.
A sua natureza permite a existência de um elevado número de répteis anfíbios e os seus cursos de água diversas espécies piscícolas.


Flora (ver mais aqui)
Na zona sul da serra, a exploração mais do que centenária do solo, provocando a sua erosão conduziu à substituição do sobro (Quercus suber) pelo azinho (Quercus rotundifolia), árvore menos exigente e melhor adaptado a solos pobres e pedregosos.
A rarefacção do sobreiro é evidente; a azinheira surge isoladamente ou em pequenos grupos, dispersa pelos matos, bem como em pequenos bosquetes localizados ao longo do rio Bazágueda e seus afluentes em locais de difícil acesso.
Nas regiões centro e norte da Reserva Natural a vegetação arbórea é dominada pelo carvalho negral ou carvalho pardo das Beiras (Quercus pyrenaica).
Os matos são o elemento dominante do coberto vegetal da Reserva Natural da Serra da Malcata apresentando aspectos distintos conforme aparecem em exposição setentrional ou meridional, em maior ou menor altitude ou consoante a composição florística das formações arbóreas que os originaram.
Ao longo das principais linhas de água - rios Bazágueda e Côa e ribeira da Meimoa - encontram-se bosques ripícolas de apreciável dimensão.
Como chegar (ver aqui)
Podem sempre consultar aqui os caminhos pedestres da zona para uma maior comunhão com a natureza.